Memória biocultural
cultura(s)-natureza(s) na contramão do Capitaloceno
DOI:
https://doi.org/10.54871/cl4c301aPalavras-chave:
capitaloceno, memória biocultural, ecologia de saberes, crise civilizatóriaResumo
O artigo objetiva analisar o conceito de memória biocultural enquanto uma política de memória, na contramão da crise civilizatória imposta pelo modelo capitalista neoliberal no Capitaloceno. Inicialmente trarei algumas reflexões sobre os processos de desmemória no auge da crise civilizatória planetária. Em seguida, apresento o constructo da memória biocultural e proponho pensá-la enquanto política de memória. Depois, apresento a questão “Como recuperar as memórias perdidas?” e proponho três tópicos à análise: (r)evolucionar as epistemes e as práticas; descolonizar o pensamento e, por fim, a proposta de “não vamos comprar o que vocês querem nos vender”. Os tópicos visam apresentar estratégias teórico-práticas à retomada da memória biocultural nas sociedades ocidentais assoladas pelo modelo desenvolvimentista colonial e expropriador.
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